Questões de português e de comunicação

domingo, junho 03, 2007

Você sabia: mudanças na língua portuguesa poderão ser aprovadas?

Vejam em http://www.brasilportugal.org.br/naciona... que a língua portuguesa, a 3ª língua mais falada no mundo, poderá ser unificada: os países-irmãos Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste terão, enfim, uma única forma de escrever.

Por exemplo, nosso alfabeto passará a ter 26 letras; vôo e lêem não serão acentuadas; o trema será abolido; o verbo pára não será acentuado, assim como já acontece com a preposição para; e outras duas mudanças: criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos", além da eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".

E agora, professores?

Melhor resposta - Escolhida pelo autor da pergunta

Isso já é coisa velha. E ainda não deu nada nem vai dar.
Em 1986 teve um projeto mais ousado que não deu em nada.

Nessa ocasião um amigo meu que tem sotaque de Benguela, apesar de ter nascido em Lisboa, falou "como é que portugueses e brasileiros vão olhar para a palavra "apetite" e ler "aptit" uns e "apitchitchi" outros. Achei gozado porque ele falou um dos exemplos em que não tem problema nenhum. Perante as mesmas letras APETITE os portugueses vão ler como lêem, apagando os "e", qualquer coisa como "ap" "tit" e os brasileiros como você sabe que lêem essa palavra.
Pessoalmente acho que seria possível uma escrita comum. Nessa época fui no Brasil e todo o mundo defendia o trema que iria ser abolido. Em Portugal não tem trema.
Em Portugal interpretam como uma subordinação ao Brasil a nova ortografia, no Brasil pensam o contrário. Acho que não tem jeito. Você sabia que em Portugal vigora o acordo luso-brasileiro de 1943? O Brasil nunca assinou esse acordo. O defeito desse acordo, falo como português, é já estar velho. Se fosse falar como brasileiro então teria que dizer que esse acordo é inaceitável e que os brasileiros fizeram bem em não aceitá-lo, por ser mais "luso" que "brasileiro".
Depois o problema ortográfico nem sequer é o mais importante. Um livro brasileiro mesmo na ortografia portuguesa se nota que é brasileiro. O vocabulário, a sintaxe, as formas de tratamento, a semântica já são diferentes. Costumo dizer que portugueses e brasileiros estão separados pela língua portuguesa e é verdade. Nem os palavrões são os mesmos... Sua pergunta tem um erro crasso: as mudanças são só de cosmética, de ortografia, não são mudanças na língua portuguesa, são só mudanças na maneira de escrever. E mesmo essas não vão ser aceites.
Em algumas regiões de Portugal, por exemplo, distingue-se "louvamos" de "louvámos", uma forma no presente outra no pretérito perfeito. Noutras, tal como no Brasil, é sempre "louvamos", embora as pessoas saibam perfeitamente quando estão usando o presente ou quando estão usando o pretérito perfeito. Então qual o sentido de exigir que todo o mundo escreva "louvámos" no pretérito perfeito, se a pessoa não distingue oralmente? É imposição da norma de Lisboa. Com que direito?

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Avaliação do autor da pergunta:
Nosso idioma parece mais complexo que muitos outros, então, diante da diversidade dos povos que ele abrange, parece difícil chegar a um consenso. Bom, continuo falando e escrevendo a língua brasileira, heheh! Abrç

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